O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Sidônio Palmeira, declarou nesta semana que a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma responsabilidade compartilhada entre todos os ministros do governo. A afirmação veio após a divulgação da pesquisa Genial/Quaest, que apontou um índice de desaprovação do governo chegando a 56% no mês de março.
Em entrevista coletiva realizada em Brasília, Sidônio Palmeira afirmou que “a comunicação sozinha não sustenta a imagem de um governo” e que cada pasta ministerial tem papel fundamental na percepção pública sobre a gestão federal. “Não é só a Secom que comunica. As ações de cada ministério falam por si, e elas têm impacto direto no sentimento da população”, destacou.
A pesquisa Genial/Quaest, divulgada no final de março, mostrou um crescimento consistente na desaprovação do governo Lula, que começou seu terceiro mandato em janeiro de 2023. Embora o presidente mantenha apoio de uma base sólida no Congresso e entre lideranças internacionais, o levantamento aponta que a percepção negativa sobre questões como economia, segurança e serviços públicos tem pesado na avaliação do eleitorado.
Sidônio reforçou que a Secom tem trabalhado para melhorar a interlocução com a sociedade, mas ressaltou que a imagem do governo depende da entrega de resultados concretos. “Não adianta discurso sem entrega. A população quer ver mudanças reais, e isso exige eficiência, articulação e comprometimento de todo o time ministerial”, afirmou o ministro.
Nos bastidores, o diagnóstico de Sidônio é visto como um recado direto a ministros que têm enfrentado dificuldades na execução de programas ou na comunicação de suas ações. Integrantes do núcleo político do Palácio do Planalto admitem que há preocupação com os números da pesquisa, especialmente com a aproximação das eleições municipais de 2024, cujo desfecho pode influenciar o cenário de 2026.
A declaração do ministro da Secom marca um momento de reflexão dentro do governo, que busca estratégias para reconectar-se com a população e reverter a tendência de queda na aprovação presidencial. A expectativa é que o presidente Lula e sua equipe intensifiquem agendas de entregas e viagens pelo país nos próximos meses, como parte de uma ofensiva para melhorar a imagem da gestão junto à opinião pública.