O governo do Paraguai convocou o embaixador do Brasil em Assunção para prestar explicações sobre supostas atividades de espionagem realizadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em território paraguaio. A informação foi divulgada pela agência de notícias EFE e confirmada pelo chanceler do Paraguai, Rubén Ramírez, em entrevista coletiva.
Segundo Ramírez, o governo paraguaio considera “inaceitável” qualquer tipo de interferência externa em seus assuntos internos e espera uma resposta clara das autoridades brasileiras. “Estamos solicitando informações detalhadas sobre essas ações atribuídas à Abin, que representam uma possível violação da soberania nacional”, declarou o ministro das Relações Exteriores.
A suposta espionagem teria como alvo políticos e empresários paraguaios, além de autoridades ligadas à segurança e ao combate ao crime organizado. A revelação gerou preocupação no governo paraguaio, que busca esclarecer o episódio e garantir que as relações diplomáticas entre os dois países não sejam comprometidas.
O Itamaraty ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas fontes diplomáticas brasileiras indicam que a reunião com o embaixador servirá para esclarecer quaisquer mal-entendidos e reforçar o compromisso do Brasil com a cooperação bilateral. A Abin, por sua vez, também não comentou as acusações.
Nos últimos anos, Brasil e Paraguai têm mantido uma parceria estreita em temas como segurança, combate ao tráfico de drogas e corrupção. No entanto, episódios como este podem gerar tensões entre os governos e levar à revisão de acordos de cooperação existentes.
Analistas avaliam que, caso se confirmem as ações de espionagem, a situação poderá gerar repercussões diplomáticas e até mesmo sanções por parte do Paraguai. O episódio também pode impactar a percepção de outros países sul-americanos sobre a atuação da inteligência brasileira na região.