A visita acontece em um momento de tensões comerciais globais, com os mercados reagindo à proposta da administração Trump de impor tarifas significativas sobre importações de aço e alumínio. Embora a pauta da reunião tenha incluído tópicos tradicionais das relações bilaterais — como segurança regional, Irã e cooperação tecnológica —, a nova política tarifária ocupou lugar central nas conversas.
Durante uma coletiva de imprensa conjunta nos jardins da Casa Branca, Trump elogiou Netanyahu como “um grande amigo dos Estados Unidos” e afirmou que ambos compartilham uma visão comum de prosperidade e segurança para suas nações. “Estamos comprometidos com um comércio justo e seguro. Israel é um parceiro estratégico e vamos garantir que nossas políticas reflitam isso”, disse o presidente.
Netanyahu, por sua vez, destacou a importância de manter Israel fora de possíveis impactos negativos das tarifas propostas. “Entendemos os motivos por trás dessa política, mas confiamos que a relação especial entre Israel e os Estados Unidos será considerada ao se discutir isenções ou ajustes que afetem nossos setores industriais e tecnológicos”, afirmou o primeiro-ministro.
Embora Israel não seja um dos maiores exportadores de aço e alumínio para os EUA, autoridades israelenses demonstraram preocupação com possíveis efeitos colaterais, especialmente no setor de tecnologia de defesa, que depende de peças e insumos importados dos Estados Unidos. A expectativa é de que Israel busque garantir flexibilidade para manter seus contratos em andamento, evitando aumento de custos.
A reunião também serviu para reforçar a aliança entre os dois líderes, que já vinham demonstrando forte sintonia desde o início do governo Trump. Observadores internacionais veem no encontro um sinal de que o presidente americano pretende administrar cuidadosamente as implicações diplomáticas de sua nova postura comercial.
Ao final da visita, ambos os líderes reafirmaram seu compromisso com a estabilidade no Oriente Médio, destacando ainda a cooperação contínua nas áreas de defesa, inovação e segurança cibernética. Netanyahu deve retornar a Israel nas próximas horas, levando consigo não apenas promessas de cooperação, mas também o desafio de preservar o equilíbrio entre os interesses econômicos israelenses e a nova estratégia protecionista de Washington.
