O balanço fiscal do governo central ao final de 2023 surpreendeu com um déficit primário de R$ 230,5 bilhões, conforme revelado no último relatório do Tesouro Nacional. O mês de dezembro destacou-se com um déficit expressivo de R$ 116,1 bilhões, influenciado pelo pagamento extraordinário de precatórios, totalizando R$ 92,4 bilhões.
O déficit primário, reflexo da disparidade entre arrecadação e gastos governamentais, abrangendo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, apresentou um desafio significativo. Desconsiderando os pagamentos excepcionais de precatórios, o déficit de dezembro seria de R$ 23,8 bilhões, resultando em um déficit anual de R$ 138,1 bilhões, equivalente a 1,3% do PIB.
Embora tenha superado a meta inicial do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de 1% do PIB, o saldo negativo de R$ 230,5 bilhões elevou o déficit para 2,1% do PIB, ultrapassando a previsão da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023, que era de até R$ 213,6 bilhões (2% do PIB).

O Brasil tornou-se a nação mais endividada da América Latina, alcançando 85% do PIB em dívida pública, superando a Argentina. Adicionalmente, dados oficiais revelaram que o governo Lula encerrou 2023 com o segundo pior déficit primário da história, após o ano de 2020, marcado pelo início da pandemia.
As previsões feitas durante a campanha eleitoral se concretizaram, evidenciando a realidade atual do governo. Advertências sobre possíveis desafios e insucessos agora ressoam como verdades confirmadas, validando as críticas que surgiram desde setembro de 2022. O cenário, antes alvo de inveja pela classe mais abastada da direita, se apresenta agora como uma confirmação das análises feitas ao longo do processo eleitoral.