A Rússia acusou a Ucrânia nesta quinta-feira de realizar quatro ataques consecutivos contra sua infraestrutura energética nas últimas horas, intensificando ainda mais as tensões entre os dois países, mesmo após o anúncio de uma trégua temporária no início deste mês.
Segundo o Ministério da Defesa russo, as ofensivas teriam sido realizadas com drones e mísseis de longo alcance, mirando principalmente instalações de geração e distribuição de energia em regiões próximas à fronteira. Os ataques teriam provocado danos significativos, deixando milhares de pessoas sem eletricidade em áreas como Bélgorod e Kursk. Ainda não há informações precisas sobre vítimas, mas autoridades locais relataram “graves prejuízos materiais”.
“A Ucrânia está violando descaradamente os termos da trégua que foi acordada com mediação internacional. Esses ataques contra infraestrutura civil são atos de terrorismo”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em coletiva de imprensa nesta manhã.
Em resposta, Kiev ainda não se pronunciou oficialmente, mas fontes militares ucranianas, sob anonimato, indicam que os alvos faziam parte da “logística militar russa” e que os ataques foram “cirúrgicos”, com o objetivo de enfraquecer a capacidade operacional do inimigo sem atingir civis.
A tensão cresce num momento em que ambos os países haviam sinalizado disposição para uma trégua parcial, anunciada em 1º de abril, com o intuito de permitir negociações humanitárias e o reestabelecimento de corredores de ajuda em regiões críticas. No entanto, desde então, episódios isolados de troca de fogo têm sido registrados ao longo da linha de frente, especialmente em Donetsk e Zaporizhia.
Observadores internacionais demonstram preocupação com o recrudescimento das hostilidades. A missão da ONU na região afirmou que “a retomada de ataques em larga escala compromete os esforços diplomáticos e coloca em risco milhares de civis”.
Enquanto a comunidade internacional pede contenção e o retorno às mesas de diálogo, analistas alertam para o risco de escalada do conflito, que já se arrasta por mais de três anos e deixa um rastro de destruição e instabilidade na Europa Oriental.