O governo de Taiwan emitiu um alerta nesta sexta-feira (14) sobre uma suposta “infiltração chinesa”, acusando Pequim de intensificar suas táticas de pressão sobre a ilha. As autoridades taiwanesas denunciaram um aumento nos exercícios militares da China ao redor do território, além de sanções comerciais e campanhas de influência com o objetivo de desestabilizar o país.
Nos últimos meses, a China tem ampliado sua presença militar na região, conduzindo exercícios navais e aéreos próximos à ilha. O Ministério da Defesa de Taiwan relatou um número crescente de incursões de aeronaves e embarcações militares chinesas na sua zona de identificação de defesa aérea (ADIZ, na sigla em inglês). Segundo Taipei, tais ações fazem parte de uma estratégia de “guerra híbrida” que combina demonstração de força militar com pressão econômica e psicológica.
Além disso, Pequim impôs novas restrições a produtos importados de Taiwan, intensificando as sanções comerciais. O setor agrícola taiwanês tem sido um dos mais afetados, com barreiras impostas a produtos como frutas tropicais e pescados, medidas vistas pelo governo local como retaliação política.
As autoridades taiwanesas também alertaram sobre o aumento de campanhas de influência promovidas pela China, incluindo a disseminação de desinformação e tentativas de interferência em processos políticos e sociais na ilha. Taipei acusa Pequim de usar redes sociais e outras plataformas para espalhar narrativas que desestabilizam a confiança na administração local e criam divisões internas.
“A China tem empregado uma combinação de táticas para tentar minar nossa democracia e sociedade livre. Estamos cientes dessas ameaças e tomaremos medidas apropriadas para proteger nossa soberania”, afirmou o porta-voz do Conselho de Assuntos Continentais de Taiwan.
Em resposta às pressões chinesas, o governo taiwanês prometeu reforçar suas defesas militares, intensificar relações com aliados internacionais e adotar medidas contra a influência estrangeira. O presidente eleito, Lai Ching-te, que assumirá o cargo em maio, já indicou que manterá a postura firme contra as ameaças de Pequim, fortalecendo laços estratégicos com países como os Estados Unidos e Japão.
A comunidade internacional tem observado com atenção o aumento das tensões no Estreito de Taiwan, com diversas nações expressando preocupação sobre o risco de um conflito armado. Washington, principal parceiro militar de Taipei, reafirmou seu compromisso com a segurança da ilha e alertou Pequim sobre as consequências de qualquer escalada agressiva.
O alerta emitido por Taiwan reforça o clima de tensão na região e evidencia os desafios que a ilha enfrenta diante da crescente pressão chinesa. À medida que Pequim intensifica suas ações para enfraquecer a independência de Taiwan, o governo local busca estratégias para conter a influência do regime chinês e garantir sua estabilidade política e econômica. O cenário segue volátil, e qualquer nova movimentação pode impactar significativamente as relações internacionais no Indo-Pacífico.