A cidade de Roma amanheceu em clima de comoção e sob forte esquema de segurança nesta quarta-feira (23), com a chegada do caixão do Papa Francisco à Basílica de São Pedro. Em um evento histórico e de grande comoção global, o Vaticano se prepara para o funeral do pontífice, que faleceu no último domingo, aos 88 anos.
As autoridades italianas colocaram Roma em estado de alerta máximo, reforçando o policiamento em toda a região do Vaticano e nas vias adjacentes. Todos os acessos à Praça de São Pedro e ao interior do Vaticano foram completamente fechados, numa operação de segurança que mobiliza milhares de agentes das forças de ordem italianas, além da Guarda Suíça e da segurança vaticana.
Segundo o Ministério do Interior da Itália, o nível de segurança foi elevado ao grau mais alto, considerando não apenas o tamanho da cerimônia — que deverá reunir líderes religiosos, chefes de Estado e milhares de fiéis —, mas também o contexto geopolítico sensível e o risco de ameaças durante grandes aglomerações públicas.
Desde as primeiras horas da manhã, fiéis começaram a se concentrar nas proximidades da Cidade do Vaticano, na tentativa de prestar as últimas homenagens ao pontífice argentino, que marcou seu papado por um estilo simples, engajamento social e defesa dos mais vulneráveis. A cerimônia fúnebre oficial está prevista para ocorrer nesta sexta-feira (25), sendo presidida pelo cardeal decano Giovanni Battista Re, conforme os protocolos previamente estabelecidos.
Fontes do Vaticano informaram que o corpo do Papa Francisco permanecerá em câmara ardente na Basílica de São Pedro até o dia do funeral, permitindo que a população tenha a oportunidade de se despedir.
A Prefeitura de Roma emitiu alertas à população sobre possíveis bloqueios no trânsito, suspensão de transportes públicos em algumas rotas e maior rigidez nos pontos de controle de segurança. A cidade também conta com reforço da vigilância aérea e patrulhas com cães farejadores.
Este é o segundo funeral de um papa em menos de duas décadas realizado no Vaticano, desde a morte de João Paulo II, em 2005. Assim como naquela ocasião, são esperadas multidões de todas as partes do mundo e uma cobertura internacional maciça.
O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, foi o primeiro papa latino-americano da história da Igreja Católica e deixa um legado de abertura ao diálogo inter-religioso, compromisso com causas sociais e um pontificado marcado por reformas internas e apelos pela paz.