Há uma simbiose entre política e religião, mesmo que as pessoas não se deem conta disso. Uma interfere na outra. Não se trata da relação Estado x Igreja. A relevância intrínseca está na conduta moral promovida pela religião cristã e seus reflexos na implantação de ideais por parte dos nossos governantes.
Nos países democráticos, aqueles que ocupam cargos de poder — como congressistas, chefes do Poder Executivo e juízes das instâncias superiores — são escolhidos entre cidadãos que atendem a certos critérios. No entanto, existe um requisito que muitas vezes passa despercebido: a moral cristã, que é frequentemente moldada desde a infância. Essa base moral pode influenciar significativamente a forma como nossos líderes tomam decisões e quais ações eles priorizam em suas gestões.
Um indivíduo que foi ensinado a valorizar princípios cristãos e bíblicos desde cedo tende a levar esses valores para a vida adulta, impactando suas escolhas e ações. Por outro lado, aqueles que defendem agendas identitárias, por exemplo, terão uma abordagem diferente. É importante reconhecer que um político que se identifica como ateu ou agnóstico muito provavelmente não priorizará pautas cristãs em sua atuação. Assim, a intersecção entre política e religião é um fator relevante a ser considerado na análise do comportamento e das decisões dos nossos líderes.
Um exemplo relevante pode ser observado no caso da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (United States Agency for International Development – SAID), uma entidade governamental responsável por fornecer assistência econômica e humanitária a países em desenvolvimento.
Com um orçamento que ultrapassa bilhões de dólares anualmente, a USAID vem sendo utilizada como uma muleta de ouro para financiar programas voltados às ideologias de esquerda, como defesa do aborto, legalização das drogas, mudanças de gênero.
Sendo uma instituição estatal, financiada com recursos provenientes dos impostos pagos por todos os cidadãos, a USAID tem direcionado seus fundos a uma minoria específica, com o objetivo de promover ações que muitas vezes são mais voltadas à divulgação de pautas ideológicas do que ao uso desses recursos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.
Sob a gestão do presidente Joe Biden, conhecido por sua defesa das ideologias de esquerda, especialmente aquelas relacionadas à identidade de gênero e promoção da transexualidade, a atuação da agência atingiu níveis que muitos consideram excessivos. Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, em uma entrevista, expôs os gastos realizados pela USAID, descrevendo-os como “insanidades com dinheiro público”. Alguns exemplos:
- 1,5 milhão de dólares em um programa de diversidade no ambiente de trabalho na Sérvia;
- 70 mil dólares para a produção de um musical sobre diversidade na Irlanda;
- 47 mil dólares para uma ópera trans na Colômbia;
- 32 mil dólares em uma revista em quadrinhos trans no Peru;
- 2 milhões de dólares em aulas de cerâmica no Marrocos;
- 11 milhões de dólares para pedir ao Vietnã que pare de queimar lixo;
- 27 milhões de dólares em lembrancinhas para imigrantes ilegais antes de sua deportação;
- 300 milhões de dólares para a construção de usinas de energia a diesel no Afeganistão, que nunca foram usadas, já que o diesel é extremamente caro no país;
- 200 milhões de dólares para uma barragem no Afeganistão que se revelou perigosa demais para ser utilizada;
- 250 milhões de dólares em uma estrada que nunca foi inaugurada;
- 9 milhões de dólares enviados à Síria como “ajuda humanitária”, mas que acabaram indo parar nas mãos da Al-Qaeda (grupo terrorista responsável pelos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos);
- 1 milhão de dólares em uma pesquisa sobre morcegos em Wuhan, na China;
- Milhões de dólares destinados ao apoio aos afegãos para o cultivo de alimentos em vez de ópio, programa que, ao contrário do esperado, duplicou a produção de ópio no país;
- E, de forma absurda, até mesmo o financiamento da Fashion Week de Paris.
Além disso, aquela agência é alvo de suspeitas de envolvimento em campanhas de desinformação do Brasil, conforme denunciado por Michael Benz, ex-funcionário da USAID, durante entrevista no programa The War Room.
Esse cenário só foi possível porque muitos dos responsáveis pela USAID – diretores, conselheiros e até seu presidente – compartilham das mesmas ideologias, como a defesa do aborto, da mudança de gênero, da legalização das drogas, entre outras. É extremamente importante ressaltar que alguém os colocou lá, alguém que tem interesse nas questões políticas.
Em resposta a esse cenário, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, adotou uma postura firme e crítica em relação a certos programas da USAID. Além de cortar todos os financiamentos direcionados às ideologias transformistas, Trump propôs uma drástica redução no número de funcionários da agência, sugerindo que a USAID fosse reduzida de 10.000 para apenas 300. Isso mesmo!
Antes disso, ele colocou todos os funcionários em licença administrativa, exceto aqueles responsáveis por missões críticas, liderança central e programas especiais, com a intenção de reavaliar suas operações. A tendência era, e ainda é, o fechamento da agência.
O bilionário Elon Musk, atual Chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (cargo equivalente a Ministro de Estado), também se manifestou sobre a situação, afirmando que encerraria aquela agência, pois, segundo ele, “não se trata de uma maçã com um verme dentro, o que temos é simplesmente um ninho de vermes. Temos que nos livrar de tudo, está além de qualquer conserto. Vamos fechá-la”.
Ora, o rei Davi e José do Egito, ambos personagens importantes da Bíblia Sagrada, compartilham várias semelhanças. Primeiramente, ambos enfrentaram grandes desafios e adversidades em suas vidas. José foi vendido como escravo por seus irmãos, enquanto Davi teve que fugir do rei Saul, que o perseguia. Além disso, tanto José quanto Davi foram escolhidos por Deus para desempenhar papéis significativos na história de Israel. José se tornou um líder no Egito, salvando seu povo da fome, e Davi se tornou o rei de Israel, unificando as tribos e estabelecendo um reino forte. Ambos também demonstraram fé inabalável em Deus, confiando em Sua providência em momentos difíceis. Essas histórias inspiradoras mostram como uma pessoa cristã no poder pode levar à realização de grandes propósitos.
A partir do exposto, surgem razões convincentes para que os cristãos se envolvam ativamente na política. É fundamental promover a implementação de leis e costumes que estejam alinhados com os princípios bíblicos, além de trabalhar para impedir a aprovação de normas ou a alocação de recursos que favoreçam temas identitários. Também é essencial garantir a liberdade de expressão religiosa, permitindo que pregadores se manifestem livremente em seus púlpitos. A defesa da vida desde a concepção e a luta contra a legalização de drogas e ideologias de gênero são outras questões importantes que demandam nossa atenção.
Dessa forma, é imperativo que os cristãos se tornem mais ativos na esfera política, escolhendo representantes que compartilhem de sua fé e dos ensinamentos de Cristo, e incentivando outros a fazer o mesmo, vez que a afirmação de que “o crente não deve se envolver em política” é, na verdade, uma ideia prejudicial e maligna.
Lembremos das palavras de Provérbios 29:2: “Quando o justo governa, o povo se alegra; mas quando o ímpio domina, o povo geme.”
Assim, o artigo pode ser resumido em uma pergunta crucial que cabe a você, leitor, responder: quem é o responsável por colocar o justo ou o ímpio no poder?
Rev. Maurílio Silva
Obs.: os dados aqui apresentados podem ser obtidos no site americano usaspending.gov e foram amplamente divulgados tanto pela porta-voz da Casa Branca quanto pelo Chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA, tendo sido replicados nos principais noticiários e jornais americanos.a