Um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revelou que 2,8 milhões de crianças no Brasil vivem sem acesso adequado à água potável, o que compromete sua saúde, educação e qualidade de vida. O estudo destaca que o estado do Acre apresenta a situação mais preocupante, com altos índices de famílias que dependem de fontes de água inseguras.
A falta de acesso à água potável é um dos principais desafios enfrentados por crianças em situação de vulnerabilidade no Brasil. De acordo com o UNICEF, a escassez de infraestrutura adequada e a contaminação de fontes naturais de água impactam diretamente a vida dessas crianças, aumentando o risco de doenças como diarreia, desnutrição e infecções.
No Acre, o problema é ainda mais grave. Muitas comunidades ribeirinhas e indígenas não possuem sistemas de abastecimento confiáveis e dependem de rios e poços, muitas vezes contaminados por dejetos ou agrotóxicos. Além disso, a estiagem prolongada em algumas regiões agrava a situação, dificultando ainda mais o acesso à água segura.
A escassez de água potável tem efeitos diretos na frequência escolar e no desempenho acadêmico das crianças. Escolas sem abastecimento adequado enfrentam dificuldades para manter condições básicas de higiene, o que pode levar à propagação de doenças e ao aumento das taxas de absenteísmo escolar.
Do ponto de vista da saúde, a ingestão de água contaminada é uma das principais causas de doenças infecciosas em crianças menores de cinco anos. Segundo a UNICEF, a diarreia causada pela falta de saneamento adequado e pelo consumo de água imprópria é responsável por um número significativo de hospitalizações infantis no país.
Para enfrentar essa crise, a UNICEF tem promovido ações voltadas para a melhoria do acesso à água potável, incluindo programas de saneamento básico e educação para higiene em comunidades vulneráveis. O relatório também enfatiza a necessidade de investimento por parte dos governos municipais, estaduais e federal para expandir e modernizar as redes de abastecimento de água e saneamento.
No Acre, algumas iniciativas já estão em andamento, como projetos de captação e filtração de água da chuva, além da perfuração de poços artesianos para atender comunidades isoladas. No entanto, especialistas alertam que ainda há muito a ser feito para garantir que todas as crianças tenham acesso a esse recurso essencial.
A falta de acesso adequado à água é um problema crítico que afeta milhões de crianças no Brasil, com impactos profundos na saúde, educação e bem-estar. O estado do Acre, em particular, enfrenta desafios significativos que exigem ação imediata e coordenada entre governo, sociedade civil e organizações internacionais. Garantir água potável para todas as crianças é um passo fundamental para assegurar um futuro mais saudável e digno para as novas gerações.
