O Brasil é o sétimo país do mundo em 2024, em número de habitantes, com 211 milhões. Possivelmente atingirá seu pico no início da década de 2040, com cerca de 220 milhões de pessoas.
Neste contexto temos:
– 64,6% católicos romanos
– 22,2% evangélicos
– 13,8% outras crenças
Entre os estados que lideram a lista de “mais religiosos” estão em primeiro o Amazonas, com aproximadamente um templo religioso para cada 68 domicílios; depois o Acre, com 69 na mesma proporção; e o Amapá aparece em terceiro, com cerca de 79 domicílios para cada templo.
QUANTAS IGREJAS EVANGÉLICAS EXISTEM NO BRASIL – IBGE
Igrejas com CNPJ – só em 2019, foram abertas 6.356 igrejas evangélicas no país, média de 17 por dia. O estudo rastreou 109,5 mil igrejas evangélicas de várias denominações, ante cerca de 20 mil em 2015. Há no entanto um elevado número de templos que não são regularizados.
No estado do Espírito Santo, existe uma igreja evangélica para cada grupo de 1.250 habitantes. Segundo pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole, a Região Sudeste abriga o maior número de evangélicos. Pergunta-se: o que teria de especial a Região Sudeste para abrigar o maior número de evangélicos e, consequentemente, o maior número de igrejas??? Alguma relação com o bom poder aquisitivo dos habitantes desta Região???
No Brasil ocorre um fenômeno de alguns tantos pastores/líderes que exploram financeiramente os fiéis. Com exceções óbvio. O tema é delicado e controverso, pois envolve questões religiosas, éticas e morais.
Pastores carismáticos, que prometem bênçãos, prosperidade e curas, atraem grandes multidões. Esses líderes muitas vezes utilizam uma interpretação particular de textos bíblicos para justificar a coleta de doações significativas, sugerindo que a generosidade dos fiéis será recompensada por Deus com prosperidade financeira.
“De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes; vós mesmos sabeis que estas mãos serviram para o que me era necessário a mim e aos que estavam comigo. Tenho vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer ao s necessitados, e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber.” Atos 20:33-35
Em contramão às palavras do Apóstolo que para pregar o evangelho, não se valia do socorro financeiro de outros, algumas denominações se fiam exclusivamente no suporte financeiro dos fiéis; as hábeis mãos de Paulo lhe supria o seu sustento, e também o de alguns outros companheiros de jornada evangelística.
A exploração financeira ocorre quando líderes evangélicos utilizam sua influência, aliado à boa oratória para persuadir os fiéis a doarem grandes quantias de dinheiro, muitas vezes em nome de “dízimos”, “ofertas”, “votos” ou “sacrifícios”. Em alguns casos, os cristãos são encorajados a doar mais do que podem, com promessas de que serão recompensados com bênçãos ou prosperidade material.
Casos extremos incluem pastores que vivem de maneira extravagante, com carro de luxo de mais de um milhão de reais, mansões salomônicas, fazendas, jatinhos e helicópteros, como é o caso, por exemplo do pastor Valdemiro Santiago. Segundo já foi veiculado na imprensa, esse cidadão possui, inclusive, mais de um helicóptero; um só aparelho não basta?? E vários sinais de riqueza que são ostentados, enquanto os seguidores, muitos deles de baixa renda, continuam a contribuir financeiramente para a igreja na esperança de obter uma vida melhor e remissão dos seus pecados. Ainda persiste, nos dias de hoje, o período da “inquisição”, quando as “indulgências” eram comercializadas a preço de ouro???
QUESTÕES LEGAIS E ÉTICAS
A exploração financeira por parte de certos líderes religiosos levanta sérias questões éticas e legais. No Brasil, as igrejas têm isenção fiscal, o que significa que não pagam impostos sobre suas receitas, incluindo doações. Tal dispositivo legal, seria para que, em tese, as instituições religiosas prestassem ou prestem, além do apoio e ensinamentos espirituais, um serviço social de amplo aspecto. A isenção de impostos cria um ambiente propício para abusos, já que a fiscalização financeira dessas instituições é limitada ou simplesmente nula.
Embora alguns pastores tenham sido investigados e até condenados por crimes como estelionato ou lavagem de dinheiro, a grande maioria das igrejas, continua operando sem grandes interferências legais. O desafio das autoridades é diferenciar entre fé sincera e a exploração oportunista.
IMPACTO NA SOCIEDADE
A exploração financeira nas igrejas pode ter efeitos devastadores sobre os indivíduos e suas famílias, que muitas vezes enfrentam dificuldades agravadas pela pressão de contribuir mais do que de fato podem. Além disso, o fenômeno pode levar a uma desilusão com religião, à medida que as pessoas percebem o descompasso entre as promessas feitas e a realidade de vida. Até porque, biblicamente falando, a maior e melhor promessa descrita na palavra de Deus, é que os obedientes, os verdadeiros e sinceros servos, herdarão eternamente o reino dos céus. Outras bênçãos, inclusive as bem-aventuranças materiais, nos viriam por acréscimo.
É importante reconhecer que nem todos os pastores ou igrejas se envolvem em práticas exploratórias. Muitos líderes religiosos atuam de maneira ética, dedicando-se genuinamente ao bem-estar de suas comunidades. No entanto, a exploração financeira nas igrejas é uma realidade preocupante que exige maior conscientização, regulamentação e fiscalização.
Para proteger os fiéis, é essencial que haja transparência nas finanças das igrejas e que os seguidores sejam encorajados a questionar as práticas que parecem explorar sua fé para ganhos pessoais e vidas vividas nababescamente.
O fiel seguidor da palavra de Deus – a Bíblia – não precisa temer ser um herege ou desobediente, ao questionar sua liderança, a respeito do devido destino das finanças da igreja. Desde que o cristão saiba dos maus e indevidos descaminhos que suas ofertas e dízimos estejam tomando, e não toma uma atitude, ele nesse momento está, ou estaria sendo “conivente ou cúmplice” de um desvio de conduta pastoral.