Os juros médios cobrados pelos bancos no crédito livre chegaram a 42,3% ao ano no mês de janeiro, segundo os dados das estatísticas monetárias divulgados nesta quinta-feira (13) pelo Banco Central. O indicador representa uma leve alta em relação ao mês anterior e reflete o custo do crédito para os consumidores e empresas no Brasil.
De acordo com a autoridade monetária, a elevação nos juros se deve a fatores como a política monetária em curso, que ainda busca consolidar a desinflação da economia, e a percepção de risco por parte das instituições financeiras. Apesar da queda da taxa básica de juros (Selic), os custos do crédito ao consumidor seguem elevados.
O crédito livre engloba modalidades que não contam com subsídios ou regras especiais do governo, como o cheque especial, cartão de crédito e empréstimos pessoais. As linhas de crédito voltadas para pessoas físicas têm apresentado taxas ainda mais elevadas, refletindo o risco de inadimplência e os custos administrativos dos bancos.
A alta dos juros impacta diretamente o acesso ao crédito, tornando financiamentos e empréstimos mais caros. Para as famílias, isso significa maior dificuldade para adquirir bens de consumo duráveis e honrar compromissos financeiros. No caso das empresas, sobretudo as pequenas e médias, a elevação das taxas pode comprometer investimentos e expansão dos negócios.
O Banco Central vem reduzindo a Selic desde o segundo semestre de 2023, mas o impacto dessa redução sobre os juros bancários ainda é limitado. A expectativa do mercado é que, ao longo de 2024, com a continuidade do ciclo de cortes na taxa básica e melhora na percepção de risco, os juros ao consumidor possam ceder de maneira mais significativa.
Enquanto isso, especialistas recomendam cautela aos consumidores ao contratar crédito, priorizando linhas com taxas menores e avaliando bem a capacidade de pagamento para evitar o endividamento excessivo.