Milhares de israelenses tomaram as ruas neste fim de semana em protesto contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acusando-o de colocar os interesses de sua coalizão política acima da segurança do país. A manifestação ocorreu após a retomada dos confrontos na Faixa de Gaza, que pôs fim a uma breve trégua entre Israel e o grupo Hamas.
Os protestos, realizados em Tel Aviv e outras cidades do país, reuniram familiares de reféns mantidos pelo Hamas, veteranos do Exército e cidadãos preocupados com o prolongamento do conflito. Muitos manifestantes exigiram um novo acordo para a libertação dos sequestrados e acusaram Netanyahu de dificultar as negociações para manter o apoio de partidos ultranacionalistas e religiosos em seu governo.
Líderes da oposição e ex-integrantes do governo criticaram a decisão do primeiro-ministro de retomar os ataques antes de uma solução para os reféns. “Netanyahu está colocando sua sobrevivência política acima do bem-estar da população israelense”, declarou Yair Lapid, líder da oposição.
O governo, por sua vez, defende que a guerra é necessária para garantir a segurança do país. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou que Israel não pode permitir que o Hamas se reagruppe durante uma trégua prolongada e que os ataques são fundamentais para “desmantelar a infraestrutura terrorista”.
A retomada dos combates também gerou reações internacionais. Os Estados Unidos e a União Europeia pediram esforços renovados para um cessar-fogo e a libertação dos reféns, enquanto a ONU alertou para uma escalada da crise humanitária em Gaza.
Diante do cenário de instabilidade, especialistas apontam que Netanyahu terá dificuldades para manter sua base política unida e poderá enfrentar novos desafios caso a guerra se prolongue sem uma solução clara para os reféns e a segurança de Israel.
Israelenses protestam contra Netanyahu após retomada da guerra
