Em mais um movimento decisivo para reafirmar sua liderança no setor de tecnologia, o Google anunciou nesta semana uma transformação significativa em seu mecanismo de busca, agora impulsionado por um modelo avançado de Inteligência Artificial (IA) capaz de compreender perguntas complexas e realizar tarefas por conta própria. As novas ferramentas, apresentadas durante o evento anual da empresa, representam uma das mudanças mais profundas nos quase 30 anos de história do buscador.
Batizado de “AI Overviews”, o novo sistema combina a tradicional busca por palavras-chave com a capacidade de raciocínio e síntese dos modelos de IA generativa, como o Gemini, lançado pela própria empresa. Com isso, os usuários poderão obter respostas diretas, resumos, comparações, planos de ação e até ajuda para realizar tarefas — tudo em uma única consulta.
Diferente do modelo tradicional, que devolve uma lista de links para o usuário explorar, o novo sistema é capaz de resolver a demanda. Por exemplo, ao perguntar “como organizar uma festa surpresa para um amigo vegetariano com orçamento limitado”, a nova busca entrega um plano detalhado com sugestões de cardápio, locais, convites e até dicas de decoração — tudo isso com base em múltiplas fontes, analisadas e organizadas pela IA.
Além disso, o Google anunciou que essa IA poderá realizar tarefas práticas como preencher formulários, fazer comparações entre produtos e até ajudar na escrita de e-mails ou na edição de textos.
Segundo Elizabeth Reid, vice-presidente de Busca no Google, a proposta é fazer com que a pesquisa “evolua de um catálogo de links para um assistente verdadeiramente útil no cotidiano das pessoas”. A mudança sinaliza uma nova era em que a busca deixa de ser apenas uma ponte para informações e passa a ser uma ferramenta de resolução de problemas.
O lançamento chega em um momento estratégico. O crescimento de plataformas baseadas em IA, como o ChatGPT da OpenAI, vem alterando os hábitos de busca online, especialmente entre usuários mais jovens. A própria Microsoft integrou o ChatGPT ao Bing, reacendendo a competição no setor.
Embora o Google ainda domine o mercado global de buscas, os sinais de que o modelo tradicional começa a mostrar desgaste são cada vez mais claros. Com essa atualização, a empresa busca não apenas acompanhar a revolução da IA, mas liderá-la.
A nova funcionalidade está sendo liberada gradualmente nos Estados Unidos, com planos de expansão para outros países nas próximas semanas. Ainda não há uma previsão oficial de quando estará totalmente disponível em português.
Analistas veem a movimentação como fundamental para o futuro do Google, mas alertam que desafios como confiabilidade das respostas geradas por IA, impacto em sites de conteúdo e questões éticas ainda precisam ser enfrentados.
O que está claro é que a busca, como conhecemos, está mudando — e o Google está determinado a continuar no centro dessa transformação.