No Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, a presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Verônica Sánchez, destacou a importância da preservação dos recursos hídricos e expressou preocupação com os impactos das reduções orçamentárias no órgão.
Verônica Sánchez enfatizou que as mudanças climáticas representam um desafio significativo para a gestão da água no Brasil. Estudos indicam que essas alterações podem levar a uma redução de até 40% na disponibilidade hídrica nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste até 2040. Ela ressaltou a necessidade urgente de desenvolver infraestrutura adequada para armazenar água e sistemas de drenagem urbana eficientes para lidar com enchentes.
Desde 2019, o orçamento da ANA sofreu uma redução de 39%, com um corte adicional de 20% previsto para 2025. Essa diminuição de recursos compromete a capacidade da agência de realizar monitoramentos hidrológicos em 23 mil pontos em todo o país. Verônica Sánchez alertou que a falta de manutenção desses equipamentos e a ausência de equipes de campo prejudicam a coleta de dados essenciais, afetando tanto as decisões imediatas quanto a previsão de fenômenos futuros.
Durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado, Verônica Sánchez reforçou a preocupação com os cortes orçamentários e seus efeitos na gestão dos recursos hídricos. Ela destacou que a redução de 32% no orçamento desde 2019 representa um “déficit gigante” diante das responsabilidades ampliadas da ANA após o novo marco legal do saneamento básico. A presidente enfatizou a necessidade de investimentos para manter a qualidade dos serviços prestados e atender às demandas da sociedade por dados e sistemas mais ágeis.
A preservação dos recursos hídricos é fundamental para o desenvolvimento sustentável e a segurança hídrica do Brasil. As mudanças climáticas e as restrições orçamentárias impõem desafios adicionais à gestão eficiente da água. É crucial que medidas sejam adotadas para garantir a continuidade dos monitoramentos hidrológicos e a implementação de infraestruturas adequadas, assegurando a disponibilidade e a qualidade da água para as gerações presentes e futuras.
