O aumento do nível do mar tem se consolidado como uma das principais preocupações entre cientistas e autoridades ambientais ao redor do mundo. Alimentado pelo derretimento das calotas polares e pela expansão térmica dos oceanos — consequências diretas das mudanças climáticas —, esse fenômeno ameaça não apenas ecossistemas costeiros, mas também a segurança e o modo de vida de milhões de pessoas que vivem em áreas próximas ao mar.
De acordo com especialistas, diversas cidades costeiras podem sofrer impactos diretos, como inundações mais frequentes, erosão do solo, salinização de fontes de água doce e deslocamento populacional. Estimativas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indicam que, até o final do século, o nível do mar poderá subir até 1 metro, dependendo da evolução das emissões de gases de efeito estufa e da temperatura global.
No Brasil, onde grande parte da população vive em regiões litorâneas, os riscos são especialmente preocupantes. Capitais como Rio de Janeiro, Recife e Salvador já enfrentam episódios de ressaca do mar e alagamentos que tendem a se intensificar com a elevação do nível das águas. Segundo especialistas, sem ações de adaptação e mitigação, a infraestrutura urbana e os ecossistemas costeiros podem sofrer danos severos.
COP30: foco nos desafios do clima
Com essa realidade em mente, o Brasil se prepara para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro de 2025, na cidade de Belém, no Pará. Esta será a primeira vez que a conferência acontecerá na Amazônia, uma das regiões mais simbólicas na luta contra a crise climática.
Entre os temas centrais do evento estará justamente o impacto do aumento do nível do mar nas regiões costeiras e suas implicações globais. Espera-se que a COP30 seja um marco na articulação de políticas públicas voltadas à adaptação climática, especialmente para países em desenvolvimento e comunidades vulneráveis.
Belém, por sua vez, servirá como exemplo do desafio de conciliar desenvolvimento urbano com preservação ambiental em regiões sensíveis. A cidade, localizada na foz do Rio Amazonas, também enfrenta riscos relacionados ao aumento do nível do mar, tornando o local simbólico para os debates internacionais.
Ações urgentes e cooperação internacional
Especialistas alertam que o momento exige ação coordenada. Investimentos em infraestrutura resiliente, como barreiras contra o avanço do mar, reflorestamento de áreas costeiras e planejamento urbano adaptado ao clima, são medidas essenciais. Ao mesmo tempo, é urgente a redução das emissões de gases de efeito estufa para conter o aquecimento global e limitar seus impactos.
A COP30 será, portanto, uma oportunidade crucial para que governos, cientistas, organizações da sociedade civil e o setor privado unam esforços em prol de soluções sustentáveis. O futuro das cidades costeiras depende das escolhas feitas hoje — e o tempo para agir está se esgotando.