O amor deve ser sinônimo de carinho, respeito e cumplicidade. No entanto, em muitos casos, ele se torna uma justificativa para o controle, a opressão e, tragicamente, para o feminicídio. No Brasil e no mundo, mulheres são mortas diariamente por aqueles que um dia declararam amor por elas.
Motivado pelo fato de ela ser mulher, o feminicídio é geralmente cometido por parceiros ou ex-parceiros inconformados com a autonomia da vítima. Esse crime é a face extrema de um ciclo de violência que, na maioria das vezes, começa com atitudes sutis, como ciúmes excessivos, isolamento social e agressões verbais, e pode escalar para violência física e assassinato.
Os números alarmantes:
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, só em 2023, o Brasil registrou mais de 1.400 casos de feminicídio. Isso significa que uma mulher foi assassinada a cada seis horas apenas pelo fato de ser mulher. Esses números mostram que a violência de gênero é uma realidade brutal que precisa ser enfrentada.
A romantização do controle e do ciúmes:
A sociedade frequentemente normaliza comportamentos abusivos sob a ideia de que “quem ama cuida” ou “ciúmes é prova de amor”. No entanto, amor não é posse, não é domínio e, definitivamente, não pode ser justificativa para agressões e assassinatos.
A necessidade de educação e políticas públicas:
Para combater o feminicídio, é essencial investir em educação e em campanhas de conscientização. Meninos e meninas precisam aprender desde cedo que amor não é controle e que relacionamentos devem ser baseados no respeito mútuo. Além disso, políticas públicas mais efetivas, como delegacias especializadas, casas de apoio e medidas protetivas eficientes, são fundamentais para garantir a segurança das mulheres.
Denunciar pode salvar vidas.
Muitas mulheres sofrem em silêncio por medo ou por falta de apoio. Se você conhece alguém que está em uma relação abusiva, ofereça apoio e oriente a vítima a buscar ajuda. No Brasil, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) é um canal de denúncia e acolhimento que pode ser acionado a qualquer momento.
O amor verdadeiro nunca fere, nunca oprime e nunca mata. Combater o feminicídio é um dever de toda a sociedade, e a conscientização é o primeiro passo para transformar essa realidade.