Israel e Líbano anunciaram a retomada de diálogos para abordar questões cruciais relacionadas à presença militar israelense em território libanês, demarcação de fronteiras e a situação de prisioneiros. Essas negociações ocorrem no contexto de um cessar-fogo estabelecido em 27 de novembro de 2024, após mais de um ano de confrontos entre as Forças de Defesa de Israel e o grupo Hezbollah.
Apesar do acordo de cessar-fogo prever a retirada total das tropas israelenses do sul do Líbano até 26 de janeiro de 2025, Israel mantém forças em cinco pontos estratégicos na região. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, justificou a permanência como uma “medida temporária” necessária para proteger comunidades no norte de Israel e conter possíveis ações do Hezbollah.
O governo libanês, por sua vez, considera essa presença uma violação da soberania nacional e uma ocupação contínua. Líderes políticos libaneses enfatizaram o direito de utilizar “todos os meios” para assegurar a retirada completa das tropas israelenses. O Líbano planeja levar a questão ao Conselho de Segurança da ONU, denunciando as infrações ao cessar-fogo por parte de Israel.
Como parte dos esforços para estabilizar a região, Israel anunciou a libertação de cinco prisioneiros libaneses. Essa decisão foi tomada paralelamente a uma reunião entre representantes dos exércitos israelense e libanês, mediada por França e Estados Unidos, na localidade fronteiriça de Naqura. Durante o encontro, foram estabelecidos três grupos de trabalho focados na retirada das forças israelenses, nas negociações sobre a Linha Azul — demarcação estabelecida pela ONU em 2000 — e na questão dos detidos libaneses.
A implementação plena do cessar-fogo enfrenta desafios significativos. O exército libanês, debilitado por crises econômicas e falta de recursos, luta para cumprir os termos do acordo, incluindo o desarmamento do Hezbollah e o controle efetivo do sul do país. Enquanto isso, a presença contínua de tropas israelenses e as alegações de violações do cessar-fogo aumentam as tensões na região.
A comunidade internacional observa atentamente o desenrolar dessas negociações, reconhecendo que a resolução dessas questões é vital para a estabilidade e a paz duradoura no Oriente Médio.