Uma análise governamental revelou discrepâncias significativas nas taxas de complicações do aborto, indicando possível subnotificação por parte dos prestadores. Durante o período de 2017 a 2021, comparando o Sistema de Notificação de Aborto (ANS) e as Estatísticas de Episódios Hospitalares (HES), a média de complicações por 1.000 abortos foi 1,52 com o ANS (Sistema de Notificação de Aborto) e 4,06 com o HES (Estatísticas de Episódios Hospitalares), chegando a 18,16 quando abortos incompletos foram incluídos. Disparidades mais acentuadas foram observadas em mulheres com menos de 20 anos, cujas taxas de complicações pelo HES (Estatísticas de Episódios Hospitalares) foram 4,43 vezes maiores que as derivadas do ANS (Sistema de Notificação de Aborto).

Abortos medicamentosos apresentaram complicações mais elevadas com a gestação, atingindo uma discrepância de 160,33 vezes para abortos de 20 semanas ou mais, comparados aos ocorridos entre 2 e 9 semanas. Lacunas nos dados foram identificadas, destacando a subnotificação de complicações após alta ou envio de formulários pelos prestadores. A introdução do aborto domiciliar em 2020 exacerbou essa subnotificação. A Right To Life insta o governo a implementar medidas para coletar dados precisos sobre complicações do aborto e a restabelecer consultas presenciais antes de todos os abortos para avaliação precisa da gestação.