A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Ásia, realizada no final de março deste ano, teve um custo mínimo de R$ 4,5 milhões aos cofres públicos e envolveu uma das maiores comitivas de seu atual mandato. Segundo apuração do jornal O Estado de S. Paulo, a delegação brasileira contou com ao menos 220 integrantes, incluindo o presidente, a primeira-dama Rosângela “Janja” da Silva, representantes de diversos órgãos do governo federal e membros do Congresso Nacional.
O roteiro da missão presidencial incluiu visitas oficiais ao Japão e ao Vietnã, com o objetivo de fortalecer relações diplomáticas, intensificar acordos comerciais e promover o Brasil como parceiro estratégico na Ásia. A dimensão da comitiva e os gastos associados à viagem chamaram atenção por seu porte e impacto no orçamento público.
A comitiva contou com integrantes do Itamaraty, do Ministério da Fazenda, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além de assessores diretos do presidente e parlamentares convidados. A presença de Janja da Silva também marcou os compromissos oficiais, com participação em eventos paralelos voltados para temas sociais e culturais.
Embora as viagens internacionais façam parte da agenda diplomática de qualquer chefe de Estado, o tamanho da delegação e os custos envolvidos geraram questionamentos de parte da oposição e de setores da sociedade civil sobre a eficiência e a justificativa dos recursos públicos empregados.
O governo federal, por sua vez, defendeu a importância da missão, destacando os potenciais benefícios econômicos e estratégicos das parcerias firmadas durante a viagem, especialmente no que diz respeito ao comércio exterior, investimentos e cooperação em tecnologia e sustentabilidade.
Desde o início do terceiro mandato, Lula tem apostado em uma política externa ativa, buscando reposicionar o Brasil no cenário internacional e ampliar sua presença em fóruns multilaterais. A Ásia, em particular, tem sido tratada como uma região prioritária, dada sua relevância econômica e geopolítica.
Apesar da repercussão sobre os custos, o governo ainda não divulgou um relatório detalhado das despesas e dos resultados concretos obtidos com a missão. A expectativa é que esse balanço seja apresentado nas próximas semanas, em resposta à crescente cobrança por mais transparência nos gastos públicos relacionados às viagens internacionais da Presidência da República.